Arboroscene: reflections on decay resulta do acompanhamento próximo da doença e decomposição de uma macieira. O processo de registo continuado da sua metamorfose tornou-se um substituto simbólico da sua presença, no tempo e no espaço.
    A fotografia, através da sua qualidade fragmentária, enquadra a atenção em diferentes níveis de envolvimento, desde a contemplação, à aproximação e imersão.
    Por sua vez, os registos escritos, acompanham diferentes pensamentos, surgidos em contacto direto com a árvore. Se na tradição
ocidental, as árvores surgem amplamente representadas nos livros como desenhos esquemáticos, organizadoras de pensamento, aqui, a
relação inverte-se e é o pensamento que se contorce e desorganiza, seguindo as formas orgânicas da árvore. Torna-se o testemunho de um
encontro, surgido da coexistência, da partilha de um terreno comum e de um exercício de cuidado e atenção. Pensando o livro como exposição, organizam-se os eixos horizontal e vertical segundo os movimentos de crescimento e decaimento, iniciando na raiz e terminando num regresso à terra, num processo cíclico.